As turmas do Ensino Fundamental – Anos Iniciais do Colégio Marista Arquidiocesano, localizado na Zona Sul de São Paulo (SP), promovem, de 19 de abril a 3 de maio de 2024, uma Mostra para apresentar à comunidade os novos conhecimentos construídos no trimestre.
A data escolhida para o início da exposição (19 de abril) coincide com a celebração do Dia dos Povos Indígenas, uma data de grande importância, pois celebra a diversidade cultural dos povos indígenas no Brasil, além de contribuir para a preservação da cultura e da história desses povos, servindo como oportunidade de reflexão sobre a luta contra o preconceito aos povos indígenas e pela manutenção de seus direitos.
Um dos pontos fundamentais dessa ação é desmistificar as representações únicas que a sociedade tem sobre os indígenas, construídas histórica e socialmente. Atividades realizadas pelos próprios alunos irão compor a Mostra: com totens informativos, fotos, vídeos, além de produção de atividades artísticas. Em especial, ocorrerá uma exposição de cartas produzidas pelos alunos do 2º e 3º anos destinadas às crianças da comunidade Yanomami na Amazônia. Com o auxílio de um intermediário, as cartas serão entregues a elas e devolvidas com respostas e curiosidades das crianças Yanomamis, tendo em vista que a comunidade é um grupo isolado. Os trabalhos estarão distribuídos pelo pátio e portaria central, anfiteatro e sala de Artes do Colégio Marista Arquidiocesano.
Outro detalhe da exposição é um “tapete” feito com a integração das famílias. No início do ano, na reunião com pais, as famílias receberam um pedaço de tecido para juntos registrarem algo significativo sobre suas origens, podendo ser uma música, um desenho, um brasão, uma comida ou artesanato. Esse tecido foi “costurado e recheado” com as impressões das famílias a respeito de suas origens. Esses quatro tapetes, de 20 metros cada, estarão expostos no pátio central do colégio, registrando as origens da “grande família Marista”.
Nas aulas de Arte, os alunos fizeram uma imersão em diversos elementos carregados de simbologias antigas e sabedorias sagradas do conceito da arte indígena. Nas atividades puderam produzir grafismos em peixes inspirados na instalação da exposição “Trilhas de um sonhador”, de Guataçara Monteiro, artista visual influenciado pela cultura amazônica. Além dele, aprofundaram os estudos com as obras da artista Daiara Tukano. Ela recebeu o Prêmio PIPA Online 2021, organizado pelo Instituto PIPA como mais relevante prêmio brasileiro de artes visuais. A artista estuda a cultura, história e espiritualidade tradicional de seu povo junto à sua família.
A coordenadora do Ensino Fundamental – Anos Iniciais do Colégio Marista Arquidiocesano, Lilian Gramorelli, explica que são diversas ações acontecendo ao mesmo tempo, dentro do projeto Nossas Raízes – Memórias, Histórias e Desafios dos povos originários.
“O projeto teve início em fevereiro, e os materiais produzidos pelas turmas são muito potentes, com foco no planejamento de cada série, de modo multidisciplinar, com envolvimento das professoras de cada disciplina. Vale lembrar que, para que tudo acontecesse, tivemos uma atenção especial na formação continuada de professores sobre essa temática”, explica Lilian.
Nossas Raízes – Memórias, Histórias e Desafios dos povos originários
A ação faz parte do projeto denominado Nossas Raízes – Memórias, Histórias e Desafios dos povos originários, em que os estudantes estão vivenciando diferentes propostas de atividades de pesquisas, produção artística, escuta musical, apreciação de imagens e obras de arte e também conhecer a diversidade e riqueza da cultura, história e arte desses povos. Além disso, refletem e discutem sobre temas como preservação ambiental, respeito à diversidade cultural, valorização dos saberes ancestrais e respeito aos indígenas.
Trata-se de um projeto interdisciplinar, pois envolve as disciplinas de Matemática, Língua Portuguesa, Ciências, História, Geografia, Educação Física, Arte e Ensino Religioso. Os professores do Arquidiocesano participaram de uma formação com o antropólogo Daniel Jabra, mestre em Antropologia Social pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), que desde 2016 trabalha junto ao povo Yanomami, em iniciativas para promoção e defesa de seus direitos. Ainda como parte integrante dessa formação, visitaram a exposição Povos Indígenas pelo Mundo, no MASP, e tiveram encontros com especialistas-historiadores e professores de Arte, com o objetivo de repertoriar o corpo docente para a posterior transposição didática.
O colégio realizou uma imersão com os estudantes, visando despertar o interesse pela cultura dos povos originários e promover um maior entendimento e respeito por essas tradições tão importantes para a identidade brasileira. Os alunos também visitaram a aldeia Espaço Cultura Sítio do Sol, localizada na Serra do Japi, no município de Cabreúva (SP), em que tiveram contato com as etnias Guarani e Nhambiquara.
Os alunos foram ao Museu da Língua Portuguesa, na capital paulista, para compreender a influência dos dialetos indígenas na formação do idioma falado no Brasil. A coordenadora pedagógica Lilian Gramorelli afirma que o Museu da Língua Portuguesa é o museu mais visitado do Brasil.
“Visitamos esse local repleto de culturas, marcos históricos e aprendizados e descobrimos curiosidades a respeito da Língua Portuguesa. Dentre elas, quais países do mundo falam o português, quantas são as línguas faladas no mundo e as influência das línguas indígenas na formação da nossa Língua Portuguesa”, revela Lilian.
Sobre os Colégios Maristas
Os Colégios Maristas estão presentes em 18 estados e no Distrito Federal com 63 unidades. Os mais de 80 mil estudantes recebem formação integral, composta pela tradição dos valores Maristas e pela excelência acadêmica alinhada aos desafios contemporâneos. Por meio de propostas pedagógicas diferenciadas, crianças e jovens desenvolvem conhecimento, pensamento crítico, autonomia e se tornam mais preparados para viver em uma sociedade em constante transformação. Saiba mais em https://maristabrasil.org/.