As férias escolares já chegaram, e muitas famílias ainda estão em processo de organização das rotinas. Muitos estão de volta à vida presencial dos escritórios, assim como as escolas que retomaram as aulas in loco. A adaptação a um contexto híbrido e com diferenças de formatos e realidades entre as famílias requer um novo olhar dentro de casa para a turma que começa a curtir o merecido descanso de julho.
De acordo com estudo realizado pela União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) com apoio do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e Itaú Social, após dois anos de pandemia, mais de 80% das redes municipais de educação estão com aulas totalmente presenciais e mais de 90% oferecem atividades presenciais cinco vezes por semana. Segundo o Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado de São Paulo (Sieeesp), mais de 90% das escolas particulares de São Paulo retomaram o calendário presencial.
Pensando em auxiliar as famílias nesse período, Marina Garçon Polak, coordenadora de Student Life da Camino School, escola de educação básica trilíngue na zona oeste de São Paulo (SP), traz dicas para estimular as crianças e os adolescentes enquanto estão integralmente em casa.
Segundo a coordenadora, o principal desafio é manter as atividades física e intelectual, evitando os estímulos eletrônicos. Com tempo livre, há o risco de mais exposição às telas, o que significa mais vulnerabilidade a golpes virtuais, além da intensidade dos malefícios gerados pelo excesso da “vida on-line”, como por exemplo, o aumento de obesidade, sedentarismo, problemas de sono e uma possível agressividade.
Não se trata de banir a tecnologia, mas fazer o bom uso dela, obtendo equilíbrio. Tal recurso pode e deve ser utilizado como forte aliado na brincadeira e no aprendizado, pois essa é a forma de educar sobre o uso positivo da ferramenta em primeiro lugar.
“O domínio sobre a tecnologia permite que os pais tenham a segurança de que os filhos saibam usá-la e não o contrário. Há muitos jogos educativos, de fato, interessantes, que são ótimos meios de educar enquanto brincam”, alerta a especialista.
Convidar amigos sempre ajuda no livre brincar, além de olhar para os ambientes da casa sob uma nova perspectiva. “Aproveitar espaços da casa pouco explorados como a cozinha, fazendo receitas, resgatar aqueles brinquedos guardados podem ser excelentes alternativas”, afirma Marina.
Para as famílias mais animadas e criativas, é possível organizar uma colônia de férias em casa, estimulando o brincar, atividade fundamental para o aprendizado, pois desenvolve a criatividade, as habilidades motoras e a imaginação das crianças e adultos. A colônia é uma boa resposta para quem gosta muito de interagir com a turma e de se envolver com as brincadeiras. Algumas possibilidades de atividades: dançar com games interativos, promover karaokês com microfones, entoando os clássicos infantis e juvenis, executar receitas de massinhas com farinha e sal e usar e abusar dos printables (arquivos para imprimir) para colorir, disponíveis gratuitamente na Internet, entre outras.
Nesse contexto, ler um bom livro merece o devido destaque – vale dizer que é pelo exemplo que essa prática acontece. Leitura compartilhada é uma ótima forma de estímulo e fazer disso um hábito em casa torna o momento esperado e agradável entre pais e filhos. Uma opção é a visita à biblioteca Mário de Andrade, que fica na região central de São Paulo. Gratuita, conta com acervo de mais de 42 mil volumes. E, de quebra, há espaços para brincar e há a possibilidade de admirar as atrações da região central, tais como a Praça Dom José Gaspar e o Teatro Municipal, referência para o Modernismo brasileiro – movimento cujo centenário foi celebrado há bem pouco tempo.
As praças públicas também são um convite para a descontração e sugerem um delicioso piquenique. “Na zona Oeste de São Paulo, tem algumas muito agradáveis nos bairros da Vila Madalena e Alto de Pinheiros, por exemplo. E por ali, tem o Sesc Pompeia, um espaço também muito interessante, sempre com exposições incríveis. Não dá para esquecer das livrarias, em geral, com programações de contação de histórias que são muito divertidas nessa época”, completa Marina.
Atividades na própria escola
Caso as famílias tenham a oportunidade de colocar os filhos nas colônias de férias das escolas, há a reunião do brincar e da aprendizagem. A Camino School está com um programa específico para o mês de julho, período das férias escolares. Trata-se do Winter Camp, aberto também ao público externo, que nessa edição é temático. Serão quatro semanas, representando as quatro estações do ano e, em cada uma delas, haverá a apresentação de um artista plástico, de um esporte, de um ritmo musical e de uma experiência culinária que nortearão as atividades, tais como gincanas e brincadeiras para crianças de 4 a 11 anos. A divisão das estações do ano foi organizada da seguinte forma: Verão (de 4 a 8 de julho), Outono (de 11 a 15 de julho), Inverno (de 18 a 22 de julho) e Primavera (de 25 a 29 de julho).
Alguns destaques: no Verão, os alunos serão convidados a criar uma festa tropical, inspirada nas artes de Aline Bispo, conhecida pela liberdade criativa e por sua vivência periférica. No Outono, será tempo de relembrar Giuseppe Arcimboldo, artista italiano da época da Alta Renascença. No Inverno, a plasticidade das obras de Frans Krajcberg, pintor, escultor, gravador, fotógrafo e artista plástico nascido na Polônia e naturalizado brasileiro, será utilizada para lembrar um tempo em que as árvores ficam sem folhas, fazendo um paralelo reflexivo com a necessidade de cultivar momentos mais calmos, mas não menos divertidos. E, por fim, na Primavera, será realizada uma grande festa, com direito a elaboração de obra coletiva multissensorial, inspirada na artista plástica brasileira Beatriz Milhazes.
Saiba mais sobre a Camino School em https://portalguiaescolas.com.br/guia-escolas/camino-school.