Estudantes do Colégio Santa Marcelina Muriaé desenvolvem projeto de biodigestores à base de esterco para substituir GLP

Um grupo de estudantes da 2ª série do Ensino Médio do Colégio Santa Marcelina de Muriaé (MG) desenvolveu um projeto que propõe a substituição do uso de Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) por biogás, proveniente de biodigestores à base de esterco bovino. O protótipo de biodigestor a ser construído será destinado aos produtores pecuaristas e pequenos produtores agropecuaristas do município de Muriaé e região e possui previsão de finalização para novembro de 2023.

De acordo com o professor Wallaci Antero, tutor do grupo responsável pelo projeto, o biodigestor idealizado terá a capacidade de suprir o consumo de gás para uso doméstico e industrial de médio porte. “Além da redução de gastos com uso do gás GLP, o projeto visa atender a proposta de preservação e conservação do planeta Terra, evitando a emissão de gases poluentes na atmosfera, como o gás metano, principal causador da alteração do efeito estufa”, explica o professor do Colégio Santa Marcelina de Muriaé.

Ele esclarece, ainda, que a ideia surgiu após diversas discussões da equipe dos Itinerários Formativos do Novo Ensino Médio, bem como pela escolha dos tutores de abordarem os 17 objetivos de desenvolvimento sustentável estabelecidos pela agenda 2030 em acordo com a ONU. “O projeto teve início em março de 2023, com a participação dos componentes curriculares de Biologia, Física e Matemática, e agora está em fase de validação com profissionais externos para auxiliar na construção do protótipo. Após sua entrega, será apresentado à comunidade pecuarista do município e região, em dezembro deste ano”, comenta Wallaci.

Os benefícios do biodigestor para a comunidade
O objetivo principal dos estudantes com essa iniciativa é contribuir para a preservação do meio ambiente e auxiliar famílias carentes agricultoras, diminuindo o valor gasto em gás de cozinha mensalmente. “Por meio da substituição do gás GLP pelo biogás, é possível também reduzir o uso de combustíveis fósseis, uma vez que o GLP é derivado do refino do petróleo”, afirma o professor.

Além disso, de acordo com Wallaci Antero, o esterco bovino libera gás metano à atmosfera, impactando no efeito estufa e, com a utilização deste esterco pelo biodigestor na produção do biogás, não será mais liberado, mas queimado no fogão durante a cocção de alimentos. “O projeto visa impactar a agricultura da região pelo uso do adubo de melhor qualidade e, consequentemente, evitar a salinização do solo e a eutrofização dos rios. Além disso, o uso do biogás reduz ainda o risco de explosão na cozinha, visto que este não é pressurizado”, explica.

A importância de projetos para a preservação do planeta Terra
Para o professor Wallaci, as instituições desempenham um papel crucial em oportunizar por meio de projetos que visam à responsabilidade da conservação ambiental, o trabalho de criticidade e vivências ecológicas em atividades de educação ambiental. Pensando nisso, o Colégio Santa Marcelina assume os princípios de liberdade e os ideais de solidariedade humana da educação nacional, bem como suas finalidades, que consistem no pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e na responsabilidade ambiental, sendo capazes, mediante ao enfrentamento das grandes problemáticas ambientais, de desenvolver estratégias sustentáveis para melhor qualidade de vida e meio ambiente.

Dessa forma, além da proposta da construção do biodigestor, o professor revela que existem outros projetos que cumprem o compromisso com a conscientização e preservação ambiental. “Entre nossas propostas, estão as visitas de atividade de campo a museus, ao borboletário da Faculdade Santa Marcelina (FASM), projetos de conservação de abelhas sem ferrão, taxidermia e conservação de animais silvestres. Parte desses projetos estão cadastrados no Programa de Iniciação Científica da Educação Básica da Faculdade Santa Marcelina, o PICEB-FASM”, finaliza.

Sobre a Rede de Educação Santa Marcelina
O Instituto Internacional das Irmãs de Santa Marcelina foi fundado em 1838 por Monsenhor Luigi Biraghi, com o auxílio de Marina Videmari, em Milão, na Itália. Dedicada à educação, à saúde e à assistência social, a Congregação difundiu-se globalmente a partir da instituição de colégios, hospitais e obras sociais.

Atualmente, presente em oito países, em três continentes, e em 17 municípios de oito estados brasileiros (São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Bahia, Rondônia, Goiás e Tocantins, além do Distrito Federal), o instituto segue com a missão de levar adiante, com empenho e entusiasmo, a educação, a formação, a cura e a construção do ser humano íntegro e da sociedade, alinhado a uma metodologia inovadora de aprendizagem e às principais tendências do mercado educacional.