De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população com 60 anos ou mais supera 32 milhões de pessoas. Entretanto, o etarismo – a discriminação contra idosos – ainda persiste e é um dos problemas que mais afetam essa parcela da população. Segundo o Grupo Croma, mais de 86% das pessoas com mais de 60 anos sofrem preconceito no trabalho, por exemplo.
Com o intuito de promover o combate ao etarismo, estimulando a empatia e o respeito pelos idosos, proporcionando momentos de alegria e companhia para residentes dos asilos e promovendo a interação entre essa parcela da população e as crianças, o Colégio Santa Marcelina de São Paulo desenvolveu uma iniciativa chamada “Crianças em Ação: marcando o gol entre as gerações”. Ao todo, 80 estudantes do 4º ano do Ensino Fundamental participam ativamente do projeto.
A ação surgiu a partir de conversas realizadas nos ambientes de aprendizagem, com o levantamento de hipóteses para a realização de ações de ajuda ao próximo. Foram elencadas diversas possibilidades e, em comum acordo, ficou definido que o objetivo chave seria compreender as diferenças intergeracionais.
Além dos estudantes da instituição, participam ativamente do projeto os professores do Ensino Fundamental, que atuam em diferentes áreas, e a Irmã Lucinalva de Jesus Souza, responsável pela pastoral do Colégio Santa Marcelina, que auxilia nas visitas ao Hospital e no Lar Santa Marcelina.
Como funciona a iniciativa
Segundo a professora Alessandra Bonavina, ao longo do ano, os estudantes desenvolverão atividades e visitas dirigidas a locais que ainda serão definidos. “Essas intenções envolvem campanhas de arrecadação de produtos de higiene pessoal aos idosos, tarde de jogos de tabuleiro, hora da história, tarde de chá e outras propostas que surgirem por meio das crianças”, explica a professora.
Alessandra conta ainda que serão organizados encontros regulares para que os participantes possam compartilhar suas experiências, perspectivas e histórias de vida sobre temas específicos. A partir dessa dinâmica, será montado um livro de memórias, documentando todo o percurso.
“Ao longo do projeto, serão organizados eventos culturais nos locais escolhidos e com o público envolvido, tais como concertos musicais, exposição de arte, teatro e oficina de arte, a fim de promover a interação entre as crianças e os idosos. Ainda serão realizados, no espaço escolar, convites para que os avós dos estudantes participem de diferentes momentos durante essas ações”, ressalta Alessandra.
Ações concretas sobre o etarismo
Além das iniciativas de apoio ao bem-estar, serão realizadas rodas de conversa e momentos de reflexão, pesquisa sobre a situação do idoso e questões sobre envelhecimento, estudo do Estatuto do Idoso, compreensão das necessidades dos idosos e sensibilização por parte das crianças, possibilitando, ainda, inúmeros benefícios aos participantes.
“Nesse contexto, a iniciativa possibilita amplos benefícios, como o desenvolvimento da empatia e do respeito, a aprendizagem e o conhecimentos com experiências, o senso de propósito e o serviço à comunidade e experiências memoráveis e laços afetivos. Além disso, o projeto auxilia no desenvolvimento de escuta ativa e habilidades socioemocionais, dois pontos primordiais para a trajetória e o desenvolvimento de uma criança”, finaliza a docente.
Sobre o Santa Marcelina
O Instituto Internacional das Irmãs de Santa Marcelina foi fundado em 1838 por Monsenhor Luigi Biraghi, com o auxílio de Marina Videmari, em Milão, na Itália. Dedicada à educação, à saúde e à assistência social, a Congregação difundiu-se globalmente a partir da instituição de colégios, hospitais e obras sociais.
Atualmente, presente em oito países, espalhados por três continentes. No Brasil, atua em 17 municípios, de nove estados, incluindo São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná e Tocantins. O Instituto segue com a missão de levar adiante, com empenho e entusiasmo, a educação, a formação, a cura e a construção do ser humano íntegro e da sociedade. Tudo isso alinhado a uma metodologia inovadora de aprendizagem, que, por sua vez, está alinhada às principais tendências do mercado educacional.