Ensino de inteligência emocional nas escolas beneficia educadores, estudantes e famílias

O segmento da educação vem lidando com mudanças significativas em relação às abordagens das metodologias. A preocupação com o bem-estar físico e mental dos alunos, especialmente seu desenvolvimento socioemocional, estabeleceu-se como uma das obrigações das escolas, já que a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) determina o desenvolvimento da autoconsciência, para os alunos lidarem com as próprias emoções, e da autogestão, que gerencia o estresse e a tomada de decisões.

Nesse contexto, a inteligência emocional tornou-se obrigatória nas escolas, e as que souberam como implementá-la, despontaram na frente principalmente entre as famílias. Segundo pesquisa divulgada pelo Center for Education em 2025, feita em mais de 16 países, incluindo o Brasil, 61,2% das famílias brasileiras ficam mais satisfeitas quando as escolas abordam o aprendizado socioemocional.

Potencializando os alunos
A satisfação das famílias não é ao acaso. Diversas pesquisas apontam que o aprendizado da inteligência emocional durante a educação básica pode ajudar o estudante em diferentes etapas da vida, desde o meio acadêmico até o mercado de trabalho, e principalmente em suas vidas pessoais.

“Conforme os estudantes desenvolvem a inteligência emocional, passam a ter à sua disposição um repertório de recursos e estratégias para lidar com questões pessoais e de relacionamentos interpessoais, tanto no contexto escolar quanto fora dele”, explica Fabiane Cancian, professora de Laboratório Inteligência da Vida (LIV) da rede Anglo Alante, que já contava com a disciplina antes dela se tornar obrigatória.

Além disso, o ensinamento da inteligência emocional também traz aos alunos um importante aprendizado: o autoconhecimento. Com esse repertório socioemocional, os estudantes tornam-se cada vez mais capacitados para lidar com a convivência escolar e com os desafios da vida em sociedade.

“Com a inteligência emocional, os estudantes conseguem se organizar melhor em relação à rotina de estudos, organização de tarefas e gestão do tempo de forma geral”, elabora Fabiane.

Como trazer a inteligência emocional para as escolas?
A pesquisa “Inteligência Emocional e seus impactos na aprendizagem escolar”, divulgada pela Universidade Federal do Mato Grosso em 2022, evidenciou que quando a emoção das crianças é acolhida, elas se abrem para o aprendizado. Além disso, a pesquisa revela que a inteligência emocional dá a criança uma oportunidade de estar em um mundo social mais amplo com pessoas de diferentes idades, com características e criações diferentes

Porém, para alcançar todos os benefícios da inteligência emocional, é necessário um esforço coletivo para sua implementação no cotidiano da comunidade escolar, como destaca Fabiane. “Além de aulas específicas voltadas ao desenvolvimento dessa habilidade, é fundamental adotar uma postura geral na escola de abertura às emoções e o estabelecimento de relações sociais respeitosas e saudáveis. Toda a comunidade escolar precisa praticar a escuta empática e a expressão pessoal para que se consolide ali uma escola que ‘sente’”.

Além do esforço coletivo, o ensino de inteligência emocional esbarra em outro desafio: ser legitimado. Para que essa tendência promissora se confirme, é necessário que ela seja validada pela comunidade. “Como a inteligência emocional não é uma disciplina tradicionalmente ensinada nas escolas, o primeiro desafio é justamente legitimar esse ensino, para que toda a comunidade escolar reconheça a sua importância e veja com bons olhos essa iniciativa”, comenta a professora.

O desafio de formar professores
Parte importante do ensino da inteligência emocional é capacitar os professores para inserir esse aprendizado em suas aulas e conteúdo. Apesar da psicologia da educação já ser abordada em curso de licenciatura, a maneira que a inteligência emocional é desenvolvida e abordada hoje em dia se difere dessa formação.

Nesse contexto, a capacitação dos professores é um dos pilares do ensino eficiente da inteligência emocional. “Quando instituições de ensino se comprometem a desenvolver programas de educação socioemocional, isso necessariamente implica a oferta de uma formação continuada aos docentes, intensificando sua preparação para o ensino da inteligência emocional”, explica Fabiane.

Quando bem aplicado, o ensino da inteligência emocional que traz benefícios a longo prazo para os estudantes, professores e para a comunidade de forma geral. Reconhecer o tema no contexto escolar é o primeiro passo para que o desenvolvimento socioemocional seja cada vez mais trabalhado nas salas de aula. A consequência vai ser uma sociedade mais preparada para lidar com os desafios escolares, profissionais e das relações sociais.

Sobre Anglo Alante
As escolas do selo Anglo Alante fazem parte do Grupo Salta, que atua no segmento de educação básica do Brasil, estando presente no Distrito Federal e em mais 15 estados distribuídos por todas as regiões do país. Entre as unidades do Anglo Alante, estão o Colégio Anglo Alante Chácara Santo Antônio, o Anglo Alante São José dos Campos, Colégio Anglo Alante Crescer Jundiaí, Anglo Alante Butantã e Anglo Alante Paulínia, todos no Estado de São Paulo.